O diabrete

    Em uma pequena cidade do interior, vivia um homem de classe média baixa chamado Genuíno, mais conhecido como Genu. Ainda solteiro, morava com seus pais na casa onde crescera. Trabalhava como assalariado em um grande mercado na cidade. Não tinha cursado o ensino superior e por isso não conseguia empregos que o remunerassem muito bem. Consequentemente tinha uma vida bem modesta. Uma característica sua muito marcante era seu pessimismo diante da vida. Vivia reclamando da sua condição financeira e vida humilde. Ficava se comparando com pessoas ricas e famosas e lamentava ser pobre. Ele reclamava de ter que acordar cedo para trabalhar; reclamava de não ter roupas caras; reclamava de não ter um carro importado; reclamava de ter que ficar recebendo ordens de seus chefes. Na cidade, as pessoas se referiam a ele, pelas suas costas, como Genu Reclamão, intitulação que ele descobrira rápido, mas não ligara. A única coisa da qual ele não tinha o que reclamar era de sua saúde que era ótima. 

    Certo dia, ele estava em um bar bebendo com os amigos e reclamando de várias coisas. Havia um homem bebendo sozinho no balcão perto deles ouvindo todas as reclamações de Genu. Era um estranho na cidade. Talvez estivesse de passagem. Depois de algum tempo ouvindo tudo, ele se levantou e foi até Genu. Parado, olhando-o nos olhos ele disse em tom profético:

    --- Você é um homem jovem e vejo que tem ótima saúde. Não deveria reclamar tanto da vida. Isso traz mal agouro. Você pode se arrepender!

    Genu ficou olhando para ele com cara de desaforo mas resolveu ficar calado. O homem pagou a conta e saiu logo do bar. Genu não lhe deu muita importância. Achou que era papo de bêbado. Continuou bebendo com os amigos e reclamando de tudo em sua vida.

Naquela mesma noite, quando Genu voltava para casa já com a lua alta, ele viu uma senhora caminhando lentamente pela calçada. Andava meio curvada devido a sua corcunda. Usava um manto marrom com um grande capuz sobre a cabeça de modo que somente pequena parte de seu rosto podia ser visto. Genu se aproximou e perguntou-lhe:

--- O que a senhora faz na rua tão tarde da noite?

--- Eu vendo alguns utensílios – Respondeu ela em voz rouca e fraca.

Tinha um rosto muito velho e feio com grandes verrugas e pele bem enrugada. Suas mãos magras e ossudas tremiam devido ao mal de Parkinson.

--- Melhor ir para casa. Está muito tarde. Não há ninguém na rua para comprar seus utensílios.

--- Você quer comprar alguma coisa? Tenho coisas úteis para todo tipo de pessoa. – Ela abriu o manto e mostrou umas bugigangas dependuradas pelo lado de dentro. Haviam colheres de madeira, de plástico e de metal; haviam saquinhos dependurados nos seus braços; também várias pequenas garrafinhas de cores sortidas; havia pentes, grampos de cabelo, agulhas de tricô e bibelôs.

--- O que tem nessas garrafinhas? – Perguntou Genu apontando para uma garrafinha fume de formato peculiar.

--- Ah! Aí dentro tem um diabrete.

--- Diabrete? E pra que serve isso?

--- Você cultiva o diabrete, dá vida a ele e em troca ele te dá tudo o que você pedir.

Genu ficou encucado. Pensou que seria ótimo ter tudo o que desejava mas ao mesmo tempo não acreditou em tão absurda história.

--- Tudo bem! Eu vou embora. A senhora tome cuidado a essa hora sozinha pela cidade.

--- Você não gostou do diabrete? – Perguntou ela quando Genu já estava saindo.

--- Ah! Sim, interessante. Mas não tenho dinheiro para comprar.

--- Eu vou te dar um de presente. – Ela abriu o manto e pegou a garrafinha fumê. – Pegue. É seu!

--- Não posso aceitar. A senhora está trabalhando.

--- É só um presente. Você se preocupou comigo sozinha a esta hora. Quero retribuir. – Esticou o braço com a garrafinha na mão. – Dê-me a alegria em aceitá-lo!

Genu pensou bem, analisou e resolveu pegar a garrafa.

--- Como é que se usa isso? – Perguntou ele.

--- Você não pode deixar ninguém ver que você tem essa garrafa. Ela deve ser guardada sempre em lugar o mais escuro possível. Todos os sábados à meia-noite você deverá destapar a garrafa e pingar duas gosta do sangue do seu dedo mindinho esquerdo. No oitavo sábado e em todos os outros depois você poderá fazer o pedido que desejar que você será atendido. Mas continue pingando as gotas de sangue como dantes. 

--- Nossa! Terei tudo o que pedir mesmo? – Confirmou Genu agora já entusiasmado. Ele guardou a garrafa no bolso do guarda pó e foi saindo. – Obrigado, senhora!

--- Lembre-se da cláusula de saída: você poderá dar a garrafa para outra pessoa mas perderá tudo o que ganhou.

Genu não deu muita atenção às últimas palavras da velhinha. Estava muito empolgado com a ideia de poder mudar sua vida.

Chegando em casa, ele abriu a garrafa para examinar o seu conteúdo. Colocou a garrafa embaixo da luz do abajur e olhou dentro. Viu uma pelotinha irregular cinza escuro alongada como ovo de caramujo só que bem pequeno. Ele achou que o lugar mais escuro que tinha seria no fundo do seu baú de roupas, por baixo delas.

Quando foi sábado, ele fez o que a velha dissera sobre pingar duas gotas de sangue do mindinho esquerdo no ovinho. Depois vieram os outros sábados e ele fez tudo direitinho. Até que chegou o oitavo sábado ele pode fazer seu primeiro pedido. Entrou pro quarto e trancou a porta; pegou a garrafa no fundo do baú e pediu com confiança:

--- Eu quero ter muitas roupas de luxo! – Ele pensou em começar com coisas pequenas para sentir se a coisa funcionava mesmo.

Depois do pedido feito, ele foi até o guarda-roupa pra verificar se algo havia mudado mas constatou que suas roupas eram as mesmas maltrapilhas e humildes. Ficou muito frustrado. Colocou a garrafa de volta no baú e pensou que fora muito ingênuo em acreditar que uma velhinha maluca dissera a verdade quando contara a tal história do diabrete que realiza desejos. Resolveu seguir sua vida sem pensar naquela garrafa.

Na segunda feira de manhã bem cedo alguém tocou a campainha. A mãe de Genu foi atender. Era um homem bem-vestido, de terno, com expressão muito austera.

--- Bom dia! – Disse a mãe de Genu.

--- O Senhor Juarez está? – Perguntou ele.

--- Quem gostaria? – Perguntou Genu já perto da porta.

--- Sou o advogado do senhor Elísio. Posso entrar?

--- Por favor! – Disse a mãe de Genu. Depois ela falou para o filho: -- Vai chamar seu pai. Rápido!

O pai de Genu trabalhara quase vinte anos na alfaiataria do senhor Elísio. Estava aposentado fazia pouco mais de um ano. Juarez se aproximou e cumprimentou o advogado.

--- Senhor Juarez, venho comunicar que o senhor Elísio sofreu um acidente de automóvel no último sábado na capital. Ele foi levado para o hospital mas morreu poucas horas depois. Antes de morrer, ele passou a alfaiataria inteira para o senhor como herança. Preciso que o senhor assine aqui para tomar posse da empresa. -- Disse o advogado entregando uma folha de papel para Juarez.

Genu foi com seu pai à alfaiataria e pegou pra si as mais lindas roupas que ele nunca pudera comprar. Ao vestir a primeira roupa, Genu deu um profundo suspiro como se tivesse terminado um dia muito cansativo de trabalho. Sentiu-se meio fraco por alguns segundos depois voltou ao normal. Ele entendeu que levava um tempinho para os desejos se realizarem.

Daquele dia em diante Genu resolveu não ir mais trabalhar. Passou a vestir-se como um magnata e fazia inveja nos ex colegas de trabalho. Sua vontade de fazer mais pedidos aumentou e mal conseguia esperar chegar o sábado seguinte.

Finalmente chegou o sábado seguinte. Ele estava contando os minutos pois já tinha escolhido o seu pedido.

--- Eu quero morar em uma casa linda e grande como um palacete. -- Pediu ele segurando a garrafa firmemente e vislumbrando uma luxuosa mansão.

Dois dias depois faleceu a patroa da mãe dele, dona Otília, a mãe do prefeito. Dona Iva, mãe de Genu, era dama de companhia de Dona Otília. A velha morava sozinha com Belinda, sua filha mais nova de dez anos em um palacete belíssimo no centro da cidade. Era a casa mais suntuosa da região. A menina tinha adquirido grande carinho por dona Iva. Quando a velha faleceu, a menina ficou doente e delirava repetindo o nome de dona Iva o tempo todo. Foi então que o prefeito decidiu chamá-la para fazer companhia para a menina na esperança de que ela ficasse boa. Bastou um dia na companhia de dona Iva e a menina já ficou sarada. Como dona Iva não podia mais se ausentar de Belinda, ela teve permissão de chamar sua família para morar com ela no palacete. Assim, Genu pode morar na casa dos seus sonhos.

Quando ele se mudou, ficou pensando que, na verdade ele queria uma casa luxuosa para ele, e não simplesmente morar em uma. Foi aí que ele resolveu reclamar para o diabrete a esse respeito. Ele entrou pro quarto e pegou a garrafa; depois disse em voz alta: -- Eu queria uma casa pra mim, não morar na casa dos outros! – Sem saber como, ouviu uma voz falando em sua mente: “Você pediu para ‘morar em uma casa linda e grande como um palacete’. Não falou que queria ‘ter’ uma casa linda e grande como um palacete.” Foi então que Genu começou a entender que estava lidando com algo inteligente e muito esperto.

Ao entrar no palacete e sentir todo o glamour, Genu deu um profundo suspiro e sentiu uma rápida onda de fraqueza que passou logo. Curtiu a casa deslumbrado e feliz. Mesmo não sendo dele, a ostentação de residir em um palacete o deixava muito feliz.

No decorrer dos dias seguintes, ele ficou pensando no que lhe faltava e resolveu fazer um novo pedido. Assim que deu o horário certo na noite de sábado, ele foi correndo fazer o ritual. Pegou o alfinete, furou o dedo mindinho e pingou duas gotas de sangue na criaturinha bizarra; depois tapou a garrafa, colocou-a entre as duas mãos segurando-a firmemente e disse:

--- Eu quero ter um negócio próprio e ganhar muito dinheiro. Quero ser um comerciante bem-sucedido.

Dois dias depois, um amigo seu veio até sua casa convidá-lo para sair. Levou-o até um bar afastado da cidade onde haviam mesas de carteado apostado. Os valores começavam por baixo mas iam aumentando. Genu sentou-se a uma mesa onde havia um velho conhecido seu: Sr. Dante. Era o dono do grande mercado onde ele trabalhava. O coroa era viciado em jogo de apostas e ia todas as noites naquele lugar. Dizia-se que ele ficara rico e montara o mercado com dinheiro ganhado em apostas de carteado.

A noite transcorreu e Genu teve muita sorte. Ganhou todas. Quando já haviam saído quase todos, só restou o Sr. Dante na mesa de testa com Genu. O coitadinho não tinha mais um vintém enquanto Genu estava com uma montanha de dinheiro.

--- Ofereço a minha empresa! Pronto! O mercado está apostado.

--- Mas, como pode ser isto se não há nenhum documento? – Indagou Genu.

--- Eu assino! – Dante pegou uma folha de papel em branco e escreveu que transferia sua empresa para Genu em seguida assinou. – Pronto! Se eu perder tá ai. Se eu ganhar eu rasgo.

O jogo foi um sucesso para Genu e ele ganhou o mercado.

No dia seguinte, Genu foi ao cartório transferir tudo para seu nome. Quando pegou o documento do mercado já em seu nome, deu aquele suspiro novamente e sentiu a ondinha Dessa vez ficou meio zonzo mas passou. 

Chegando em casa, sua mãe notou algo estranho nele. Ela se aproximou e começou a analisar.

--- Genu! Como você está abatido! Parece que não dorme há dias! Você tem se alimentado?

--- Não há nada de errado comigo não. Estou ótimo! -- Retrucou ele já subindo as escadas.

Chegando ao seu quarto, foi olhar no espelho e tomou um susto: estava realmente mais velho. Parecia que mais de dez anos haviam se passado para ele. Não se sentia cansado ou mais fraco porque tinha uma saúde física muito boa mas sua aparência apontava para um homem bem mais velho.

Genu assumiu a empresa muito contente. A semana passou, ele sempre trabalhando na direção do mercado, e morando com sua família no palacete mais chique da cidade. Quando chegou sábado, ele resolveu fazer outro pedido. Foi para o quarto na hora certa e fez o ritual. 

--- Eu quero ter um carro importado caríssimo! -- Guardou a garrafa no armário. Foi dormir.

Nos dois dias seguintes, o mercado ficou lotado de fregueses como nunca ficara antes. Ao final daquela semana, Genu teve dinheiro suficiente para comprar seu sonhado carro importado. Quando entrou no carro com as chaves na mão, ele sentiu a onda de fraqueza mas dessa vez foi diferente: sentiu tonteira e mais fraqueza do que nas outras vezes. Minutos depois, o mal estar já havia passado.

No mesmo dia de noite, ele chamou dois amigos para darem uma volta pela cidade no seu brinquedo novo. Queria compartilhar com seus melhores amigos os prazeres automobilísticos de tão bela máquina. Genu ficou no volante, um de seus amigos ficou no banco do passageiro e o outro, atrás. Ao parar numa rotatória aguardando o sinal verde, um femenê tentou entrar na rotatória e bateu de frente em um pinheiro que estava há poucos metros do carro de Genu. A árvore tombou e teve parte dos seus galhos quebrados nos fios de rede elétrica quando estava caindo. Dois desses galhos ficaram lascados como estacas. Um deles entrou direto no peito do passageiro da frente do carro de Genu e, o outro, entrou no olho esquerdo do rapaz que estava no banco de trás. Os dois morreram na hora.

Isso não tirou a vontade forte que Genu sentia de pedir mais coisas ao diabrete. Estava realmente tomado pelo poder de realizar suas futilidades. No sábado seguinte, ele pediu uma grande estátua sua para pôr na porta de seu mercado. Poucos dias depois a estátua estava sendo colocada na porta do mercado. Genu, dessa vez, ficou muito fraco. Entrou para sua sala na diretoria do mercado e repousou no sofá. Quando a secretária entrou, ela se espantou com sua aparência:

--- Sr. Genu?! Como o senhor está velho! Seu rosto está enrugado!

Genu passou a mão no rosto mas não identificou nada demais. Então ele se levantou e foi olhar no espelho. Ficou em pânico quando viu que estava trinta anos mais velho. Seu cabelo estava grisalho e tinha mais olheiras que um panda!

Depois de seus pais muito insistirem ele resolveu ir ao médico. Sabia que nada ia descobrir a não ser que estava envelhecendo muito rápido. Dito e feito. Nada a mais foi verificado. Genu sabia que estava tendo sua vitalidade drenada à medida que recorria à garrafa. Começou a buscar na memória o que a velha tinha falado sobre saída, cláusula, dar a garrafa Alguma coisa que quando pegou a garrafa não considerou importante mas que agora lhe fazia falta. Foi então que ele esperou o próximo ritual de sangue e resolveu fazer um pedido diferente:

--- Eu quero encontrar a velhinha que me deu essa garrafa!

No dia seguinte, Belinda recebeu a visita de sua irmã Iara. Ela chegou lhe trazendo bombons. Genu a encarou e não conseguia tirar os olhos dela. A moça era a mais linda já vista pelos seus olhos. Belinda os apresentou e eles se sentaram. Ele tinha a estranha sensação de já ter visto-a antes. Sua voz era meramente conhecida aos seus ouvidos. Foi então que ele suspirou profundamente e depois sentiu-se fraco como das outras vezes. “Mas ela é muito jovem” – pensou ele. Como poderia ser a velha?" 

--- Onde a senhorita mora? – Perguntou ele puxando assunto. Não quis ir direto ao assunto já que se tratava de algo muito delicado. Talvez ela não gostasse de falar sobre o tempo em que vendia utensílios na rua.

--- Jardim Imperial. – Respondeu a moça educadamente.

Era um bairro muito elegante onde só moravam ricos. Não teria como uma velha tão esfarrapada morar naquele lugar.

--- Se me permite fazer um elogio, a senhorita é muito bonita. Deve ter vários pretendentes. Esse coração já tem dono?

--- Bom, eu tenho um amor no coração já faz um tempo. – Respondeu ela abaixando a cabeça tristemente.

--- Não é correspondida?

--- Ele ama outra moça.

--- Lamento.

Genu ficou pensando O que não faria uma mulher apaixonada para ser correspondida? Resolveu perguntar:

--- A senhorita seria capaz de um grande esforço para que ele a amasse?

--- Eu faria qualquer coisa para me casar com ele! – Disse ela erguendo a cabeça com olhar fixo no horizonte.

Genu concluiu que ela não se lembrava de nada. “Alguém deve ter lhe dado a garrafa e ela a usou para conseguir o amor do homem que amava.” – Pensou ele.

Depois que a moça se foi ele resolveu se informar com o diabrete. Pegou a garrafa e perguntou:

--- Por que aquela moça não quis mais a garrafa e abriu mão do amor da vida dela?

Silêncio total.

--- Responda! --- Ordenou ele firmemente. Mesmo assim não obteve resposta.

Foi então que ele resolveu mudar de tática: esperou no sábado chegar para ele fazer o pedido.

Depois de pingar as gotas de seu sangue ele disse:

--- Eu desejo saber toda a história daquela moça!

O diabrete respondeu na mente de Genu:

--- “Ela pediu para se casar com o homem que amava. Apesar de jovem, ele não tinha atração por ela e pouco a procurava. Foi então que ela começou a me pedir que ele a procurasse mais, que a desejasse por mais noites. Com tantos pedidos tantas noites, ela ficou tão velha e feia que ele ficou muito insatisfeito com o casamento e arrumou amantes. Ela desconfiou depois teve confirmação pois todos comentavam. Ela foi ficando cada dia mais triste até que resolveu acabar com tudo. Procurou alguém para dar a garrafa e achou você.”

Genu ficou pensando nas palavras do diabrete. Não queria que o mesmo acontecesse com ele. Queria encerrar tudo para não se tornar idoso antes da hora mas queria manter o que ganhara.

Certo dia, ele estava deitado no banco do jardim perto do gazebo. Fazia isso sempre pois gostava de ficar ouvindo o barulho das águas do chafariz enquanto olhava as flores. Era um dia muito quente e ensolarado. Belinda estava com visitas: era uma prima que fora com seu filho de três anos lhe levar mané pelado que ela tando adorava. Belinda estava brincando com o menino. Jogavam uma pequena bola brilhante muito colorida para um lado e para o outro. No pé da parede da casa grande, haviam pequenas grades destinadas à ventilação do porão. Uma delas estava parcialmente destruída. De repente, a bola de brinquedo rolou e passou pela grande defeituosa indo cair diretamente no porão. Genu, que observava os meninos brincando, resolveu ir procurar a bolinha. Procurou a entrada e a encontrou depois de longa busca debaixo da cama da falecida dona Otília. Havia várias prateleiras com os mais variados objetos: ferramentas, quadros velhos, roupas, livros, bibelôs, calçados, utensílios de cozinha e vários tipos de vidros e garrafas. Entre os livros havia um cor-de-rosa encapado com veludo grosso e com símbolos pregados na capa. Eram coraçõezinhos, balõezinhos, moranguinhos Tipo de enfeite que mulheres gostam mesmo. Ele pegou para olhar. Quando abriu ficou de queixo caído: era um diário! O diário da dona Otília, mais precisamente. 

--- Tio Genu! -- Gritou Belinda lá do jardim.

--- Sim! Estou com ela. --- Respondeu Genu pegando a bolinha que estava caída no chão, não muito longe da grade quebrada. Ele colocou a bolinha pelo buraco da grade para que Belinda pegasse. --- Pega aqui! --- Gritou ele. Depois voltou ao diário.

Ele começou a folheá-lo rapidamente. Haviam figuras desenhadas em algumas páginas: flores, balões, frutinhas, etc., mas um lhe chamou mais atenção: o desenho de uma garrafa. Era igual à garrafa do diabrete que ele tinha. Ele começou a ler. Constatou que dona Otília havia tido um diabrete e que pedira muitas coisas para ele. Nas páginas seguintes estavam descritos todos os pedidos que ela fizera: uma casa grande e luxuosa; o cargo de prefeito para o filho dela; aprovação do filho mais novo para estudar na melhor universidade do mundo; etc. Genu ficou de boca aberta. Mas o que realmente o pasmou foi o último pedido que ela fizera: “Quero ter uma filha linda e saudável gerada por mim mesma!” 

--- Belinda! Era filha legítima daquela velha! Ela morreu com mais de setenta anos! --- Exclamou ele em voz alta.

Genu foi perguntar sua mãe que trabalhara na casa por muitos anos. Ela dissera que dona Otília passou os nove meses de gravidez dentro de casa sem receber visitas. Quando alguém precisava entrar na casa ela se trancava no quarto para que ninguém a visse barriguda. Quando a menina já estava com alguns meses de vida, ela tratou de esparramar a notícia de que tinha adotado a menina de um casal que havia falecido.

Os pedidos de dona Otília pararam um ano antes dela falecer. Mais algumas páginas à frente, Genu encontrou um trecho que o encucara: “ele não quis me contar tudo. Foi um egoísta guardando o segredo só para ele. Tomara que termine na ruína só para aprender a não ser tão mesquinho mais. Maldito Dante!” 

--- O senhor Dante também? Nossa!!! – Disse Genu falando sozinho. – Ele deve saber alguma coisa muito importante sobre o diabrete, senão dona Otília não teria mencionado isso no diário dela. Talvez como dominá-lo, ou livrar-se dele sem perder o que já foi conseguido. Ah! Mas eu vou tirar isso dele. Ah! Se vou!

O mercado ficava em um sobrado grande de dois andares. O senhor Dante morava no andar de cima mas teve de se mudar assim que Genu tomou posse do mercado pois o sobrado todo fazia parte da empresa. Dante ficou sem trabalho e sem ter como sustentar a esposa e seus três filhos. Genu saiu a procura do senhor Dante. Descobriu que ele foi morar com sua família na casa de seus sogros. Eles não tinham onde ficar então foram escorar nos velhos. Estavam vivendo todos bem apertados lá. 

Quando Genu bateu à porta, o filho mais novo de Dante veio abrir. Era um menino bem esperto e falante pra oito anos. Genu o conhecia pois ele sempre ficava no mercado correndo entre as gôndolas e brincando de pique esconde com os colegas. Genu sempre conversava com ele e acabou desenvolvendo um certo carinho pelo menino.

--- Oi! Entra aqui! – Convidou o menino.

--- Seu pai tá aí? Preciso falar com ele. – Perguntou Genu.

--- Vou chamar. Paaaaaaai! O Genu quer falar com você! – Depois para Genu. – Pode entrar que ele já ta vindo.

Dante apareceu na porta com cara de água inglesa. Genu nem precisou ouvir nada para saber que sua presença ali não era bem-vinda.

--- Sr. Dante. Não se avexe. Eu só quero fazer umas perguntas.

--- Não temos nada para conversar.

--- É sobre o diabrete.

O homem fez cara de Tsunami.

--- Como sabe disso?

--- Posso entrar para conversarmos?

--- Vamos para o quintal dos fundos que ninguém pode ouvir sobre esse assunto.

Passaram pela lateral da casa por um corredor estreito e foram até o fundo da casa. Havia uma grande mangueira mais para o lado esquerdo do terreno. Uma vez debaixo da mangueira, Dante olhou bem para Genu e comentou:

--- Nossa! Você está tão diferente. Parece mais velho.

Genu não deu atenção. Sabia que a explicação para isso viria ao revelar sobre o pacto com o diabrete. Resolveu ir diretamente ao ponto:

--- Qual era o segredo que o senhor não quis contar para a dona Otília?

Dante arregalou os olhos espantado.

--- Como você sabe disso também?

--- Eu encontrei o diário dela. Estou morando na casa que era dela. Foi por acaso. Ela contou tudo sobre a conversa de vocês. Ficou bem claro que o senhor sabe algo muito importante e útil sobre o diabrete. Pode me contar?

Dante lembrou que estava na merda por causa daquele rapaz. Com um sorriso discreto e irônico ele disse:

--- E por que eu faria isso? Pra que vou ajudar o homem que me tirou tudo?

--- Senhor Dante. Não é assim! Foi um jogo. Poderia ter sido qualquer outro. O senhor perdeu e eu ganhei. Eu também já perdi tanta coisa na vida. Quando eu era seu empregado eu ganhava uma miséria.

--- Ganhava um salário como todos.

--- O que custa o senhor me contar? Olha, eu agora estou rico. Posso te ajudar. Pode pedir alguma coisa em troca de me contar.

Dante colocou a mão na testa esfregando-a devagar. Depois andou até a mangueira e pôs a mão no tronco; em seguida olhou para Genu e disse:

--- Por que está tão interessado em informações sobre o diabrete?

--- Porque eu tenho um. Quero saber como lidar com ele, controlá-lo.

Minuto de silêncio. Dante estava analisando a situação. Queria ver vantagem naquilo. Queria descobrir um jeito de se beneficiar com a oportunidade. Foi então que ele propôs:

--- Eu perdi meu diabrete. A garrafa dele foi quebrada e ele fugiu. Eu te conto tudo o que descobri a respeito dos diabretes se você me trouxer o meu diabrete de volta.

--- Mas como vou fazer isso? – Exclamou ele erguendo os ombros. – Ele está solto. Nem faço ideia de onde ele possa estar e nem como pegá-lo.

--- Peça ao seu diabrete pra trazê-lo de volta. Como pedido comum ele não conseguirá pois não tem poder sobre outro diabrete, mas existem comandos que dão essa abertura. Os outros diabretes não podem evitar obedecê-los. Eu te falo qual comando você deve usar.

Genu olhou para um lado depois para o outro, pensando

--- Tudo bem! Eu aceito! --- Concluiu ele.

--- Espere um momento. – Disse Dante. Ele foi até a casa e voltou com uma pequena garrafa fumê nas mãos. – Pegue essa garrafa. – Disse ele entregando a garrafa a Genu. – Quando der meia-noite do próximo sábado, você vai pra dentro do seu quarto e coloca essa garrafa ao lado do seu diabrete. Deixe a minha garrafa destapada. Nesse dia você não poderá fazer pedido. Diga pro seu diabrete as seguintes palavras: Suverenata, predavnicka mudrost ti zapoveda da do sega pobaras taen angel koj prisustvuvase Ser Dante. Depois coloque seu diabrete debaixo da sua cama. Quando sentir um ventinho frio pelo corpo, saiba que ele já está presente no recinto. Pegue um alfinete; fure seu dedo mindinho esquerdo e pingue duas gota de sangue dentro da minha garrafa dizendo estas exatas palavras: Silen angel na temninata. Vi ja davam ovaa mala ponuda za da ja izrazam mojata posvetenost. Quando você vir que uma sutil fumacinha preta entrou na garrafa você a tapa imediatamente antes que ele fuja. Pronto! Ele já estará preso. É só você trazê-lo para mim e saberá tudo o que eu sei.

Genu voltou para casa pensativo em tudo o que conversara com Sr. Dante. Pintava-lhe dúvidas se deveria ou não confiar em Dante já que este parecia rancoroso com Genu por ele ter lhe tomado o mercado. Pensou que ele poderia até se vingar quando tivesse um diabrete sob seu comando. Depois de refletir um pouco, Genu decidiu acreditar que o senhor Dante teria como melhorar sua vida sem prejudicá-lo tendo ajuda do diabrete.

O sábado chegou e Genu fez tudo conforme fora orientado e capturou o diabrete.

No dia seguinte, com a encomenda nas mãos, Genu foi contentemente encontrar Sr. Dante. Foram conversar debaixo da mangueira como dantes. Dante pegou a garrafa com um sorriso largo de felicidade.

--- Agora, conforme combinado, conte-me tudo o que sabe sobre os diabretes.

Dante esfregou a testa lentamente como sempre fazia. Queria saber por onde começar. Depois, foi até o tronco da mangueira onde colocou a mão direita e começou:

--- Eu coloquei o diabrete no sol e falei que se ele não me desse o que eu queria sem sugar minha vitalidade eu iria deixá-lo lá para sempre! Estava funcionando bem pois eles não podem ficar na luz senão ficam vulneráveis. Não morrem, mas não podem fazer nenhuma maldade. 

--- Mas isso parece muito bom. E o que deu errado?

--- Coloquei-o em cima da chaminé da churrasqueira mas meus filhos estavam jogando e a bola atingiu a garrafa em um dos chutes. Quando a garrafa caiu e quebrou-se o diabrete fugiu. Isso aconteceu de tarde, mas o pior aconteceu de noite: fui jogar carteado e perdi tudo para você numa mesa de jogo.

--- Ele se vingou!

--- Claro! Estava com ódio de mim. No mesmo dia ele já deu o troco.

--- O que o senhor fará agora que tem o diabrete em seu poder dentro da garrafa?

--- Eu irei me vingar dele bem lentamente para ele pagar tudo que me fez e está fazendo. – Disse Dante com os punhos fechados de ódio.

--- Irá pô-lo ao sol novamente?

--- Sim! Só que dessa vez sem dar chance de a garrafa ser quebrada para deixá-lo livre. Irei colocá-lo dentro de uma gaiola de ferro. Assim, nada que tocar a gaiola atingiria a garrafa. E a gaiola também ficará fixa no chão para não correr o risco dela cair no chão e a garrafa se quebrar com a queda.

--- Mas tem mais segredos que eu quero saber a respeito deles.

--- Você precisa descobrir o nome dele. Se conseguir isso, nunca mais ele poderá deixar de atender um pedido seu e não poderá mais sugar a sua energia vital. Só que descobrir isso não é tarefa fácil.

--- Tem alguma pista pra chegar nisso?

--- Há muitos anos eu dei abrigo e comida a um monge andarilho que bateu à minha porta. Na verdade nem sei se era monge pois eu não entendia muito bem o que ele dizia. Só o chamo de monge porque tinha uma compleição de monge. Ele não disse o nome dele. Foi bem estranha a situação: hospedar em minha casa um estranho total que bateu à minha porta sem ao menos saber seu nome, porém, senti uma força me impelindo a fazer isso. Ele passava uma forte confiança. Era um homem muito estranho e quase não falava. Era muito alto e magro, tinha cabelos vermelhos e olhos castanho claro. Tinha o sotaque estranho que eu nunca ouvira antes. Ele me deu um pequeno livro muito antigo. Era encapado com pele de cadáver humano. Tinha poucas páginas e muito amarelas de tão envelhecidas que eram. Foi nele que descobri muitas informações sobre os diabretes. O livro dizia que quem soubesse o comando sagrado para dar ordens ao diabrete tudo teria dele sem prejuízo, porém não ensinava como descobri-lo. O monge disse que sabia e que iria me contar na hora certa. Eu insisti, mas ele disse que só na hora certa me diria. Ele ficou sete dias na minha casa e amanheceu morto no oitavo dia. Quando vi que ele estava morto eu tirei sua roupa pra olhar se tinha algum ferimento ou picada de bicho. Não havia sinal algum. Só uma coisa estranha eu notei: havia duas palavras tatuadas em seu pênis. Era em idioma desconhecido pois não achei tradução para elas em dicionário de nenhuma língua conhecida. Sua causa morte foi totalmente desconhecia. Foi o que os médicos falaram. Enquanto ele dormia todos os órgãos pararam. Eu sonho com ele com frequência. Em um dos sonhos ele me dizia para arrancar a contracapa do final do livro. Resolvi fazer isso e achei uma mensagem dizendo: “Somente o sagrado decreta, que o mais importante se faça, em uma parte discreta, saberás a minha graça!” foi assim que descobri o nome dele.

--- É curiosa essa história. O senhor acha que tem a ver com o diabrete? Aliás, que tem algo a mais aí que o senhor não ficou sabendo?

--- Sim, eu acredito que tenha. Afinal, o cara aparecer na minha casa e dizer que sabe como descobrir o nome do diabrete. Depois eu sonhar com ele me mandando arrancar a contracapa sei lá. Isso não parece ser só coincidência não. Só não entendi porque ele acabou morrendo antes de me contar esse segredo. 

--- O Sr. sabe onde foi parar o diabrete da dona Otília?

--- O diabrete da dona Otília ela deu para a filha mais moça dela, a Iara. Essa tentou usá-lo para conseguir o homem que amava mas terminou muito mal.

--- Entendi. Bom, eu só quero pedir mais uma informação --- disse Genu já querendo encerrar a conversa.

--- E o que é? Não sei de mais nada sobre os diabretes.

--- As palavras que estavam tatuadas no pênis do ruivo. O nome dele.

--- Mas por que você quer saber isso? Não tem serventia nenhuma para você! --- Retrucou Dante.

--- Sim, eu sei. Mas gostaria de saber. Você disse que me diria tudo o que sabe se eu lhe trouxesse o seu diabrete de volta.

Dante pensou um pouco. Não encontrava ligação entre a informação pedida e o objetivo de Genu.

--- Tudo bem! Eu digo.

Genu retirou rapidamente um bloco de notas do bolso e uma caneta. Anotou as palavras e guardou.

--- Desejo boa sorte! --- Disse ele a Dante.

--- Obrigado! – Respondeu Dante já mais simpático com Genu.

Genu apertou-lhe a mão e saiu.

De posse do nome do ruivo, ele foi pesquisar na internet o que encontraria sobre a tradução. Nada foi achado. Foi então que ele resolveu ir ao setor de letras da universidade federal perguntar um especialista. A recepção não foi muito simpática e não o ajudou. Ele saiu desolado. Resolveu passar na alfaiataria e falar com seu pai.

--- Pai. O que o senhor faria se tivesse que descobrir alguma coisa e não sabe onde procurar?

--- Eu descobriria primeiro como descobrir o local onde procurar.

--- Grande ajuda! --- Exclamou ele frustrado.

Naquele momento, chegaram clientes. O pai dele não podia lhe dar atenção.

--- Pega pra mim uma caixa de aviamentos que tem no porão. É uma caixinha amarela. --- Disse o pai de Genu.

Genu ligou a luz e desceu as escadas. Começou a olhar nas prateleiras para ver a tal caixa. Abriu uma parecida com a descrição do pai mas não era uma caixa de aviamentos. Continha pequenos objetos vários como moedas antigas, chaveiros estrangeiros, canetas estranhas, pequenos vidros de formatos peculiares e... uma garrafinha de diabrete! “Sr. Elísio! Até o senhor!” Pensou Genu muito surpreso. "Por isso ficou tão rico!"

Genu foi pra casa pensativo. Estava decidido a não desistir. Pesquisou na internet os nomes e fotos dos prováveis professores que poderia traduzir para ele as tais palavras.

No dia seguinte, ele resolveu ficar na porta da universidade esperando os professores saírem.

Depois de passar a tarde toda vigiando, ele reconheceu e cercou um filólogo e mostrou-lhe as palavras. O cara não tava sabendo com precisão o que era mas sabia que podia traduzir posteriormente.

--- Onde viu isso? -- Perguntou o professor.

--- Eu li em um diário de um homem que já morreu. --- Disfarçou Genu.

--- Manda essas palavras pra mim para o meu telefone. Eu vou consultar meus livros em casa pois tenho certeza que lá tem o significado. -- Disse o doutor.

Genu anotou o número do telefone do homem e enviou uma mensagem com as palavras.

Passou o resto da noite muito ansioso para obter a resposta. Pensou de enviar uma mensagem para o professor cobrando a tradução. Depois mudou de ideia achando melhor não pressionar já que era um favor. Quando já passava das vinte de três horas, a tão esperada mensagem chegou com a tradução que dizia: "Criador ordena!" Genu ficou estupefato. Porém, ele precisava saber como pronunciá-las corretamente. Enviou uma mensagem de voz para o professor: "Por favor, diga-me como se pronuncia essas palavras!" O professor enviou um áudio com a pronúncia correta. 

Depois de treinar bastante a pronúncia correta das palavras, ele foi falar com o diabrete. Trancou a porta do quarto, segurou a garrafa firmemente com as duas mãos e disse as palavras treinadas seguidas da seguinte frase: "Diga-me qual é o seu nome!" Repetiu as palavras. A garrafa começou a ficar vermelha e quente. Precisou soltá-la na cama. Ele disse as palavras novamente em tom de ordem e depois perguntou o nome do diabrete. A garrafa pulsava em vermelho e calor. Foi então que veio na mente de Genu claramente o nome do diabrete. Genu soltou um grito de alegria!

Depois de pedir para recuperar sua juventude, Genu pediu para que o prefeito passasse a escritura da casa para seu nome e que ele fosse eleito o próximo prefeito da cidade. Pediu que Iara tirasse de seu coração o homem que ela tanto amava. Assim, ele teria o caminho livre. Não, ele não pediu para o diabrete para fazê-la se apaixonar por ele. Queria conquistá-la por esforço próprio.

Alguns dias depois, Genu foi visitar Dante que lhe contou o que acontecera:

--- Fiz uma gaiola para expor o diabrete ao sol. A garrafa estava tomando sol já fazia quase uma hora, então, de repente, o tempo de fechou em segundos e uma forte tempestade começou. Um raio partiu a gaiola ao meio fazendo com que a garrafa rolasse se quebrasse ao bater em uma pedra. Fui muito infernizado pelo diabrete nos dias seguintes. Foi tudo obra do diabrete: ele manipulou o tempo e o raio para que a gaiola fosse quebrada assim como fizera anteriormente com a bola que batera na garrafa. Pensei, ingenuamente, que os diabretes não tinham poderes quando estava sob raios de sol.

Alguns dias depois, Genu passou-lhe o comando que descobrira e entregou-lhe seu diabrete de volta preso na garrafa.

Um ano depois, Genu estava se casando com Iara. A mulher mais linda que ele já vira!





                                                                          Fim



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